segunda-feira, 28 de setembro de 2009

AGENDA_ TribalFestival: A Dança como você nunca viu!

"O TRIBALFESTIVAL é um evento dedicado à troca de culturas, experiências e danças exóticas. A ideia deste Festival surgiu da necessidade de mostrar ao mundo a cultura tribal brasileira e produções, reunir diversas tribos em um só lugar e mostrar outras vertentes que a dança do ventre já produziu. ( ...) deixamos claro que este não é um evento bellydance ( ...) Será bem vinda toda e qualquer performance tribal, fusion, gypsy, neo-tribal, gothic, ventrebrasil exoticdance e vertentes. Também serão aceitas performances em grupo ou solo
não necessariamente relacionada ao ventre, mas sim ao exótico e diferente no mundo da dança!"

Organizado por Débora Brasil, o Tribal Festival tem de tudo para ser um marco na cena tribal em SP. Organizadora do E- Ventre, evento com anos de tradição e sucesso, já mostrou sua competência e agora inova ao reunir em um evento todas as vertentes "alternativas" da dança, valorizando o que fazemos no Brasil_ que, diga- se de passagem, tem muito a oferecer e acrescentar.

Entre os profissionais participantes, estão Shaide Halim ( Cia. Halim, pioneira no Estilo Tribal e C' Est Vintage), Nijme, Ally Hauff ( grupos Athala e Ganesha), Paula Braz ( Cia. Xamã), Kiki Gercia e Patricia Fox, Crystal Zárifa, Marinnah ( Espaço Deusa Bastet), e muito mais. além de shows, o evento conta com expositores e workshops.

Estarei apresentando solo dentro do estilo que desenvolvi ao longo dos anos dentro do Gothic Bellydance. Gostaria muito de ter a presença de colegas e amigos neste dia que certamente será especial.
Ingressos antecipados por R$10
mande email para tribalfestival@gmail.com
Ingressos na porta R$15
(para desconto de R$5 leve uma caixa de leite longa vida)

Para saber mais, acesse: www.tribalfestival.com.br

13/ 09/ 2009_ Nasce Danse de La Nuit

Tudo começou por volta de 1996...
Encontrei a Patrícia em um evento e descobrimos que nós duas fazíamos aulas de Dança do Ventre. Até então, éramos companheiras de balada e pouco sabíamos sobre nossos gostos pessoais, fora nossa paixão pelas mesmas bandas. A conversa? Foi mais ou menos assim...

_ Eu ando dançando umas músicas do Dead Can Dance...
_ Eu também! Tem várias músicas que dá para dançar. De outras bandas também.
_ Que legal, eu também acho. Fiz tal música com espada...
_ Eu também acho ela boa para espada.
E foi nesse "eu também" e total empatia que chegamos à conclusão: a gente TINHA que montar uma dupla.

Preconceitos, falta de incentivo, falta de espaço, tudo contribuiu para que cada uma continuasse um caminho solitário, mas sem desistir de nossos sonhos... E anos se passaram. De tempos em tempos, nos encontrávamos em eventos de dança e góticos, e até na cidade onde morávamos ( do nada...) e sempre tocávamos no assunto. Vamos começar semana que vem? E nunca começava. E várias outras pessoas e projetos cruzaram nossos caminhos nesse meio tempo.

Há uns 8 ou 9 anos atrás entrou uma nova aluna na turma. Jaqueline. Ficamos amigas. Ela iniciou profissionalização e nossos laços se estreitaram. E foi numa dessas conversas informais que ela me contou que o grupo de teatro do qual ela fazia parte também estava ensaiando performances com músicas alternativas. Coincidência? Não sei, mas olhamos uma para a outra e tivemos a idéia de unir o trabalho dela ao meu.

De lá para cá, nós 3 tivemos filhos, passamos a nos dedicar a eles, arrumamos empregos que nada tinham a ver com a dança... E nesse meio tempo, Patrícia e Jordana se conhecem numa festa... E também conversam sobre o projeto. Projeto que ficou engavetado, porém nunca esquecido.

Essa história resumida me leva a ter a mais absoluta certeza de que tudo acontece na hora certa. Muitas outras bailarinas passaram por nosso caminho. Tivemos muitas oportunidades de seguir caminhos solitários. Mas tudo contribuiu para que exatamente nós quatro acabássemos juntas nesse momento. E foi com o empurrãozinho de um velho amigo que reencontrei em 2009_ Guto Sioux_ que finalmente tive foco, objetivo e o incentivo para juntar as meninas e colocar o projeto em prática. Mesmo com as portas abertas a qualquer bailarina que quisesse se juntar a nós foi exatamente nós quatro que o destino uniu.

Em 13/ 09/ 2009, nosso primeiro ensaio oficial. Nasce aqui uma troupe de dança com sonhos e objetivos em comum. Objetivos que vão além de sentimentos mesquinhos. O amor ao que fazemos foi o ponto primordial para nossa união. Fazer o que gostamos com compromisso e respeito pela Dança e pelo Universo Gótico. Aqui não há favoritas, não há estrelismo, não há competição. Finalmente conseguimos "unir" pessoas por este propósito: "união"! E firmamos o compromisso de a cada ensaio cultivar o espírito de TRIBO em cada uma e em todas nós. Nasce Danse de La Nuit.

A nossa intenção é levar dança de alta qualidade ao público alternativo respeitando, assim, o público, a dança e cada uma de nós. Agora um pouco de cada uma:

Jale Mahin ( Jaqueline)_ Iniciou seus estudos em ballet clássico aos 4 anos de idade, e na adolescência trocou o ballet pelo jazz, teatro e dança do ventre. Permaneceu com a professora Zahrah por quase três anos, em aprendizado intensivo, chegando a vencer concursos e participar do grupo profissional. Integrou o Grupo Folclórico Nasser ( Dabke) e a Cia. de Dança Full Time ( Street Dance). Se considera uma pessoa eclética, sem se prender a rótulos. Músicas: Yulunga e Saldek do Dead Can Dance, Ice Queen do Within Temptation e What Else is There do Royksopp.

Jordana Simon_ Teve seu primeiro contato com a Dança do Ventre Gótica em 2002, na época em que trabalhava como expositora em casas noturnas e raves. Na época, se dedicava ao teatro e a seu trabalho com bordados. Em 2006, começou a estudar Dança do Ventre com a professora Juliana Bononi. Entre 2007 e 2009, aperfeiçoou- se intensivamente através de diversos workshops e apresentou- se em eventos dedicados à Dança do Ventre e Tribal. Música para todas as horas: Sisters of Mercy, Front Line Assembly e Nine Inch Nails.

Lillith Elizium ( Patrícia)_ Participante ativa da cena underground desde meados de 1989, em 1996 iniciou seus estudos em Dança do Ventre, unindo a esta sua bagagem pessoal e desenvolvendo um estilo próprio. Estudou com as bailarinas Marilyn, Ammura, Fairuza, Shahira e Priscila Gonçalves. Foi professora e bailarina integrante do Grupo Airam. Apresentou- se em casas como Madame Satã, Inspiral, Blood Coven Bar, Front 575, Club Television, Tribehouse, Thorns Gothic Rave, merecendo destaque para sua performance com a jibóia Ankh, até hoje lembrada e respeitada por todos que assistiram. É pioneira do Gothic Bellydance no Brasil e, juntamente com Zahrah, idealizadora deste grupo. Suas bandas preferidas são: Fields of the Nephilin, Siouxsie, Bauhaus, Clan of Xymox, Collection, e por aí vai... só coisa boa!

Zahrah Violet ( Silvia)_ Participante de um grupo de performances, Zahrah buscou na dança novas formas de expressão. Estudante de Ballet e Jazz desde 1987, começou a estudar Dança do Ventre em 1994. Desenvolveu seu estilo mesclando Dança do Ventre, Teatro e Dança Contemporânea. Suas professoras foram Ammura, Soraia Zaied, Lulu Sabongi, Fátima Fontes, Nájua, Jade el Jabel e outras, além de dezenas de workshops. Participou dos grupos Marilyn & Moura, Sacerdotisas do Nilo, Grupos Folclóricos Hathor e Nasser. Apresentou- se em casas como Madame Satã/ The The, Front 575, Theatro dos Vampiros/ Fofinho e Via & Underground, além de festas para a colônia árabe. É pioneira do Gothic Bellydance no Brasil e idealizou com Lillith a formação deste grupo nos anos 90, atua como coreógrafa. Bandas: The Cure, Siouxsie, Collection, Skeletal Family, Joy, DCD, Ataraxia... Diversidade dentro do bom gosto!!!!


Contamos ainda com o apoio da nossa amiga Valéria Jouze_ Jouze Espaço de Danças, que está colaborando ativamente conosco, como sempre fez, incentivando a criação espontânea e diferenciada dentro da Dança do Ventre. Agradeço também as palavras de apoio e incentivo de amigas muito queridas e a confiança e respeito que temos recebido desde já de alguns djs da cena!


Vida longa e sucesso a nós todas!!!





sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Gothic Bellydance- Figurinos

*** TEXTO PESSOAL! CUIDADO AO COPIAR! PLÁGIO É CRIME!***
***** USE COM EDUCAÇÃO: DAR CRÉDITO NÃO DÓI E É GRÁTIS*****


E lá vão vocês, alunas, colegas e amigas me jogar mais uma missão... Falar sobre figurino?
Na posição de estilista, parece tarefa fácil, mas vamos voltar lá na introdução... o que é Gothic Bellydance.... Gothic Bellydance é estilo pessoal. Embora muitos estejam adorando este novo NICHO DE MERCADO, sendo mais incisiva, esta nova maneira de ganhar dinheiro, o Gothic Bellydance/ Dança do Ventre Gótica/ Gothic Fusion/ blá blá blá não é uma técnica, um folclore ou algo específico. Então vamos tentar "entender" sobre figurino. De onde aparecem os elementos que compõe a Gothic Bellydance visualmente?



Como já foi dito, este estilo surgiu em diversas partes do mundo, simultaneamente, talvez no início dos anos 90 ( existe a possibilidade de ter sido ainda antes), criado por performers para se apresentar em festas, eventos e encontros voltados a este público_ ou para dançar para si sem pretensões. Assim sendo, os detalhes do figurino são incorporados e não forçados ou impostos. Vamos falar de experiência pessoal. Creio que com as estrangeiras tenha sido assim também. Quando comecei a dançar, eu unia meu gosto ( minhas primeiras roupas foram preta, branca e roxa) com o que eu já tinha em casa. Uma meia diferente, uma bijoux de tachinha, algum amuleto... Cabelos com mechas, coloridos ou espetados, faziam parte DAS BAILARINAS e não de UM ESTILO PRÉ- ESTABELECIDO PARA DANÇAR. Então, para se montar o figurino, deve- se misturar "o que você é+ o que você tem+ a roupa de dança". Volto a dizer que não simpatizo nem um pouco com as cópias oportunistas. E que para mim, estilo deveria ser algo natural e não adquirido pelos modismos.


Vou ser boazinha com vocês e postar um textinho que NÃO SEJA DESCARADAMENTE COPIADO DOS SITES ESTRANGEIROS, ok? Embora esse bafón todo em cima do estilo não seja confortável para mim tem muita menina que estuda, se interessa e que merece informações. E não pessoas que copiem e colem sites estrangeiros e definição da Wikipédia ( devidamente traduzidos pelo tradutor Google, claro!) em seus Blogs e Multiplies... tsc tsc, que feio....

1- A escolha do modelo: Esta deve partir do estilo de música que será utilizado. Cyber? Ethereal? Industrial? Medieval? O universo gótico é fortemente regido pela música, sendo este o elemento condutor de tudo o mais que será apresentado na performance. Esta deverá ser cuidadosamente analisada para a escolha do traje- base, que é a roupa de dança do ventre ou tribal. Músicas mais orquestradas podem pedir uma roupa de dança tradicional, as eletrônicas podem pedir uma roupa moderna e sem muitos bordados, tudo vai depender do teu feeling. Dica: minha principal roupa atual é um duas- peças simplérrimo, de veludo preto, sem grandes detalhes, que alterno com acessórios diferentes.




2- As cores: Góticos usam preto. Básico e lógico. Se você tiver esse estilo como seu gosto pessoal não terá dificuldade alguma em encontrar em seu próprio guarda- roupas as cores que precisa. Mas sair do óbvio sempre é bom! Preto- e- branco em um estilo Silent Movie ou com inspiração na Art noveau, tons de violeta, vermelho e vinho podem remeter às cortes ou aos contos de vampiros, esses tons também são bem- vindos. Eu gosto muito do uso do branco para bailarinas com cabelos super escuros. Fica bem ao estilo Samara Morgan. Para mim, uma garota que seja gótica vai ficar com cara de gótica mesmo se estiver vestida de pink, e uma que está forçando a barra pode se fantasiar toda de vampira que não vai convencer. Mas as cores que citei são uma boa diretriz.

3- Cores complementares: Mais uma vez, vale apostar no bom senso ao combinar figurino e música. Dourado pode ficar ótimo em um estilo medieval ou pode arruinar a produção!!! Eu uso mais o prata velho, que vai ser mais fácil de combinar com os rebites e correntes.





4- Os tecidos: vale apostar na mistura. Cetim com renda, veludo, transparências.... Tem quem defenda o couro, eu não uso couro por motivos pessoais. Prefiro sintéticos e vinil. Aliás, perfeitos para montar um estilo cyber ou oitentista.

5- Bijoux e acessórios: eu uso as bijoux que tenho no porta- jóias... Não uso crucifixos, costuma arder e deixar marcas ( hehe...), mas podem ser usados ( desde que você vá ficar a quilômetros de distância de minha pessoa). Pentagrama, Ankh, amuletos celtas.... Tudo depende do que você já tem e gosta ou acredita ( não me inventem de usar objetos místicos se vocês não sabem o que significa!). Eu gosto de gargantilhas. Tenho duas de veludo e renda e uso muito para a dança. Coleiras de tachinhas, veludo... Braceletes, pulseiras, sempre combinando entre si... Gosto de anéis grandes, de pedras, vão bem com todos os estilos. Meias arrastão ou rendadas, ou até furadas, rasgadas, destruídas... Nas pernas e ( por que não?) braços. Pingentes diversos e até brincos velhos podem se transformar em arranjos para cabelo e detalhes na roupa. Botas e coturnos? Se der vontade de usar e o resultado ficar bonito vai fundo!


6- Os "tipos" de góticos: já deu para entender que o universo gótico abrange muita coisa, não? Use o bom senso e esta informação ao compor seu figurino. O visual pronto pode abranger detalhes que vão do pós punk ao burlesco. Como não é minha intenção me prolongar no assunto, posto um link para que vocês se divirtam: http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.elyssia.co.uk/images/home_image_large.jpg&imgrefurl=http://gothicground.com/materias/33571.php&usg=__DCXL6mjjq_on-621U-Jv0RncGU0=&h=500&w=332&sz=24&hl=pt-BR&start=11&sig2=i-ahEM75DEh4Zjtp5qIz5Q&tbnid=w-xOuLEZU7Zu-M:&tbnh=130&tbnw=86&prev=/images%3Fq%3Dtipos%2Bde%2Bg%25C3%25B3ticos%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG&ei=AM2zSujjH5TblAfeleyRDw

Não copie! Crie! Uma das qualidades das primeiras performers góticas é a capacidade de adaptação e criação. Seja autêntica e crie sem medo!

*** TEXTO PESSOAL! CUIDADO AO COPIAR! PLÁGIO É CRIME!***
***** USE COM EDUCAÇÃO: DAR CRÉDITO NÃO DÓI E É GRÁTIS*****


Fotos: Erebus, Sashi, Blanca, Aepril Schaile e Zoe Jakes ( sendo que a Zoe NÃO É uma bailarina de Gothic Bellydance, mas eu não podia deixar de postar uma foto dela, sendo fã confessa_ e pelo visual nesta foto estar bem propício ao estilo).

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

[OFF] Seguranças da casa A LOCA espancam clientes


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O Kizzy Ysatis colocou no site dele alguns esclarecimentos sobre o que aconteceu na boate A Loca.
Não bastasse o choque com a notícia, fico chocado também com a reação de algumas pessoas.
Ouvi coisas como “mas alguma ele deve ter feito” ou variações de “mas será que ele não provocou…”, como se algum ato justificasse a violência, como se um indivíduo tivesse o direito de chutar a cara de um terceiro.
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O que rolou, a agressão, foi tentativa de homicídio, nada menos. Se ele estivesse sozinho, podia estar morto agora. Uma pena que numa situação como essa algumas pessoas ainda tenham dúvida de qual é o lado certo, de quem é a vítima da história. A Natureza Humana não falha, infelizmente.

Sites de notícias usaram a frase “supostamente agredidos”. Queria que os sujeitos que colocaram a notícia no ar passassem no site do Kizzy e vissem a foto dele. Tem alguma dúvida de agressão?
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Por fim, sou escritor, roteirista, resenhista, compositor, tradutor. Sou quase 100% do meu dia um comunicador. Pergunto para os meus colegas de profissão, do que adianta ter voz e não se manifestar numa hora dessas?
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O dia que eu tiver que me calar diante de um absurdo desses, seja com um amigo ou não, eu paro de escrever e vou viver com minha própria vergonha.


Sem coragem pra postar a foto. Acessem o blog:

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Vida de Professora- Preparando Workshop de Gothic Bellydance

Nossa, faz tempo que não posto no Blog... Essas últimas 2 semanas foram de atividade intensa e totalmente dedicadas aos meus workshops, que acontecerão em São Thomé das Letras neste fim de semana.

Estava tudo pronto, quando veio a novidade: eu teria que dar um workshop de Tribal. Wow... tá... aceitei desde que fosse dentro de minha especialidade...

Eu tinha um material semi- pronto que preparei a convite de minha amiga Kristinne Folly, para um possível workshop no Rio. Todos sabem que sou meio relutante a respeito da idéia de dar aulas e workshops de Gothic Fusion. A própria Ariellah não deu NADA específico sobre o Gothic Bellydance/ Dark Fusion... Como já repeti milhóes de vezes: quem é gótico é e pronto!!! NÃO DÁ PARA TENTAR TRANSFORMAR A BARBIE E NEM A MÃE DE FAMÍLIA NUMA PERFORMER GÓTICA!!! Pelos deuses!!! A não ser que a pessoa tenha isso dentro de si. ( desabafo mode on: espero que esse modismo passe logo... ) Uma pessoa QUE NÃO POSSUI ISTO EM SUA ESSÊNCIA não será uma performer gótica... Mas os convites tem sido muitos... E minha experiência com aulas no estilo se restringe ÀQUILO QUE ACREDITO: aulas particulares e ensaios/ coreografias. Ou seja... muita experiência com meninas góticas... e um medo imenso de tentar passar isso para quem não é...

Decidi enfim fazer a experiência. O tempo era curto, mas eu já tinha 3 coreografias simples para passar, uma apostila começada e minha bagagem de vida ( não estou aqui para ficar medindo curriculos, então deixemos os detalhes para os contratantes). Pensei que vencida a resistência seria fácil... Ledo engano... Primeira parte? Como fazer um texto simples, de fácil compreensão, que ao mesmo tempo não esmiuçasse cada detalhe da contracultura/ subcultura para quem gosta do termo ( isso poderia ser prolixo demais...)_ mas que não deixasse uma visão superficial a respeito do que deve ser esta dança? Afinal, o que tem de gente correndo atrás do tempo, tentando ser o que não é, não está escrito... E eu não tô a fim de criar novas pessoas assim... Aliás... decidi passar a aceitar os workshops por um motivo muito simples: não por dinheiro, não por moda, não por prestígio, mas sim porque eu SENTI FINALMENTE QUE, COMO PERFORMER DE GOTHIC BELLYDANCE HÁ TANTOS ANOS, EU TENHO UMA RESPONSABILIDADE PERANTE O ESTILO, TENHO UMA RESPONSABILIDADE TANTO COM A CENA GÓTICA QUANTO COM AS MENINAS QUE QUEREM TER UM CONTATO MAIS DIRETO COM A DANÇA MAS QUE NÃO ENCONTRAM OPORTUNIDADE. E foi este mesmíssimo senso de responsabilidade que me tomou cada minuto das últimas semanas.

Minha luta sempre foi oferecer um trabalho de qualidade dentro deste estilo, que sempre foi estereotipado e permeado por preconceitos, e hoje, que é uma dança reconhecida, praticada por bailarinas de todos os tipos, minha luta é desvincular o Gothic Bellydance do Freak, do superficial, do "só se vestir de preto"... e fazer isso com AÇÕES, e não somente com palavras, porque falar bonito em Blog é fácil...

Parte 2: a coreografia... Ai, a coreografia!!! Eu tinha algumas prontas. O problema? Eu não danço coreografia!!! Uma era para uma aluna minha avançada, que já é professora, e duas eram do meu grupo. Precisei adaptar. Tá... Mande Zahrah fazer algo simples... Foi mais difícil simplificar a coreografia, para que pudesse ser compreendida em 3 horas em vez de 3 semanas do que criar um espetáculo completo!!!

Tudo isso pronto, terminei de digitar a tal apostila. Aí veio a parte 3: escolher as músicas. Quem já veio aqui sabe a quantidade de CDs que tenho no meu acervo... No momento estou às voltas com cerca de 200 CDs, pensando quais são as músicas menos "assustadoras" ( risos). Sim, tenho muita coisa que não dá para dançar...

E o que se tira de lição deste meu dia- a- dia atribulado? O que é ser professora? O que é ser artista? Isso vai além do dom, além da técnica, além da experiência... Ser professora é um ato de amor e responsabilidade! É dedicar- se por completo ao aluno. Sem folga! Uma professora que dedica 10% de si é uma professora 10%. É pensar nos detalhes. Como aquela senhora que passa a semana lavando roupa vai absorver a dança? E a bailarina profissional em busca de aperfeiçoamento, como posso acrescentar algo positivo a ela? E a executiva que compete no mercado de trabalho e chega ao workshop de cabelos em pé, o que posso fazer por ela? É pensar em cada uma e preparar cada detalhe de forma que atinja positivamente todas essas mulheres ao mesmo tempo em que eu respeito a Arte, e a passo para frente por AMOR, POR COMPROMISSO, POR RESPEITO, nunca por caprichos mesquinhos. Ser professora é estar tão de bem com o que faz a ponto de rir e saber improvisar se algum desses mínimos detalhes sair do controle. É dar o seu melhor ao ser humano.

Sempre digo que a melhor bailarina não precisa ser a melhor professora e vice- versa. Uma coisa é distinta da outra. Mas confesso que estou muito feliz por ter a oportunidade de também poder apresentar meu trabalho em palco numa cidade pela qual sou apaixonada! Estive em São Thomé das Letras algumas vezes, e uma delas com meu ex- noivo, em 1999. Eu olhei em volta e falei: "Meu ( sou paulista), compra logo uma casa aqui que quero vir dançar nessa cidade!!!!". O noivado acabou ( a amizade ficou, hoje somos como irmãos), não compramos a casa, mas estou sendo privilegiada com o empenho da minha amiga Emília Ract, que organizou este evento que promete ser fantástico ( quando falo fantástico não é como mero superlativo, não sou dada a palavras efusivas, se falo que promete é porque promete mesmo! ), diferente do que se tem feito na Dança Oriental. Não que os outros sejam ruins, longe de mim entrar neste mérito... Mas tem faltado criatividade para fazer coisas diferentes. Finalmente, vou dançar em São thomé... rsrsrs....

Encerro este me desculpando pela ausência, e já avisando que volto terça- feira! Com muito mais informação e textos prontinhos para serem postados! Aliás, estes textos estão fazendo sucesso, já surgiram as cópias!!! Bom sinal. Tudo o que faço é criticado no início, tudo, acho que nada que fiz na dança foi lindo e premiado em um primeiro momento, mas um dia as mesmas pessoas se tocam que existe mais do que superfície no trabalho de um artista.

Um lindo feriado prolongado para vocês!
=*