Para iniciar esta postagem, é necessário primeiro citar o que é o Gothla, já que muitas pessoas procuram este Blog para conhecer, se informar, e ainda não sabem exatamente o que significam todos os termos que aqui uso. Sobre Gothic Bellydance, para quem ainda não conhece, já falamos bastante, basta ler as postagens anteriores.
O Gothla foi um evento criado pelas dançarinas americanas Sashi e Tempest, em 2007, na Califórnia. O nome é uma junção de Gothic com Hafla, ou seja, um fim de semana dedicado ao estudo e encontro de praticantes de Gothic Bellydance ou outros segmentos alternativos da Dança do Ventre e do Tribal Fusion, combinando performances, workshops e stands para venda de acessórios e outros produtos para dança.
Com as trocas de informações, grupos de discussão, redes sociais, possibilidade de divulgação de vídeos, e toda a facilidade que a internet proporciona no sentido de superar distâncias, o evento se tornou internacional em pouco tempo. Em 2009, consolidou- se o Gothla UK, e logo foi levado para países como Itália e Espanha.
Ainda antes de começar a falar sobre o evento em si, uma licença poética... Assisti aos primeiros vídeos do Gothla no início de 2008 e fui pesquisar sobre o evento. Fui tomada por um sentimento de euforia, ao ver que finalmente ganhamos espaço, e que havia profissionais praticando essa Arte, e mais! Que havia sido criado um evento voltado para isso! Cheguei a pegar uma amiga de canto, e ficar enchendo a orelha dela com minhas viajens... "Precisamos trazer isso pro Brasil!!!", foi o que cheguei a repetir para algumas pessoas, ao falar do Gothla. É claro que EU não faria isso! Eu não sou organizadora de evento! Eu falava "precisamos trazer", mas o máximo que sou na dança é coreógrafa, e defensora da idéia de que cada um deve fazer bem feito o que lhe cabe... Na verdade, apenas esperaria sentada que alguém ( que fosse organizador de eventos, e não coreógrafa e uma blogueira relapsa nas raras horas vagas) tivesse essa idéia.
Foi o que se realizou pela Escola de Danças Orientais Asmahan, em junho de 2012. Assim que foram abertas as inscrições, corri para garantir minha vaga nos workshops e para que eu também fizesse parte do que acreditei que seria um marco no reconhecimento do Gothic Bellydance como Arte no Brasil, e que finalmente colocaria o Tribal Fusion ( e vertentes...) brasileiro no círculo de eventos internacionais.
Cheguei ao Rio de Janeiro na sexta de manhã. Porém, o cansaço não me deixou fazer todos os workshops... Recuperada da viajem, consegui chegar para o workshop da Karina Leiro, com técnicas para fusão com flamenco. Gostaria de ter aproveitado mais, mas, enfim... Me deixou com vontade de mais, já que perdi o começo e estava bem interessante. Flamenco era uma técnica que eu gostaria de ter estudado mais, abandonei há alguns anos e a Karina vem acordando o "bichinho" dentro de mim... Acho que a parte Sanchez do meu sangue resolve acordar ao vê-la dançando. Fiquei triste também por ter perdido os workshops das outras brasileiras. Não foi por mal, meninas... Eu estava dormindo...
O dia seguiu com o workshops de Iman Najla e Morgana. Iman foi a escolha perfeita para "apresentar" o Gothic Bellydance e o Dark Fusion aos novatos. Com técnicas simples, a aula foi voltada para a união de movimentos de dança, sobretudo braços e deslocamentos, com expressões faciais. Isso unido ao que chamo de "discografia básica". Achei o máximo (até engraçado, pura sintonia) ela usar exatamente a mesma música que eu uso na Oficina módulo 1 para o trabalho de braços, em um exercício um pouco parecido. E seguiu-se com sons que qualquer pessoa que "se diz gótica" tem obrigação de, e aquelas que apreciam a subcultura devem conhecer.
Em seguida, o workshop Lady Mechanica, com Morgana. Com técnicas de locking, que considero essenciais para quem quer seguir uma linha mais Industrial/ EBM, e bastante exercícios de condicionamento físico (confesso: fiquei sentada para me poupar, pois vi que o sábado e domingo seriam punks! Ou, neste contexto, Post- Punks!!!)
O sábado seguiu com workshops de Morgana e Ariellah, alternados... Bom, vou falar dos workshops de ambas, separando por profissional e não por cada workshops, e já falar do sábado e do domingo, para não ficar chato...
Os workshops de Morgana foram bem variados. Cada um com um tema diferente. Cheia de energia, Morgana não parava, era pique total do começo ao fim! Foram, possivelmente, os mais apreciados, tendo em vista o grande número de alunas em sala. Em um deles, passou técnicas diversas de movimentos imitando animais. Não que todas devam imitar animais dançando, mas acho um exercício super válido criar através de "laboratório"... Ou seja, mesmo que não seja a sua dançar o Felis Catus, você pode criar um movimento a partir de uma referência, seja um lobo, um escorpião... Aproveitei muito o de técnicas e sequencias para dançar com armas brancas, foi o que mais gostei para mim, para aproveitar na minha dança. O de hip hop achei bem "fora da casinha" para o Gothla.... Apesar de eu mesma achar a cultura hip hop riquíssima, já ter participado de grupo de dança de rua, considerar algumas técnicas da dança úteis, e etc., achei totalmente fora de contexto uma sequencia ao som de Black Eyed Peas para um evento que, como descrevi acima, é uma fusão das palavras Gothic + Hafla. Mas é só minha opinião, e não chega nem a ser uma crítica. Aproveitei para descansar e conversar com amigas do lado de fora.
Agora, vamos aos que mais aproveitei, e que foram meu objetivo principal ao me inscrever no Gothla Brasil: Ariellah. Era hora de estudar com ela de novo. Acompanhando seus trabalhos, vi que ela tinha mais a oferecer, e que os workshops prometiam! Esses assisti do começo ao fim. Não que eu despreze nada, mas participo de festivais há mais de 15 anos e uma coisa eu aprendi: melhor dar intervalos, sentar, só anotar algumas coisas, do que ultrapassar meu limite. Quando me desgasto demais, não me lembro de tudo, e não consigo por em prática logo. Então eu sempre adoto essa dinâmica: faço algumas coisas, outras anoto. Algumas, eu faço de leve, só marco, sem usar 100% de minha capacidade. E o que não me interessa eu saio para descansar. Isso é para aproveitar melhor, e não porque eu não ache tudo válido.
Os workshops de Ariellah pareciam ter uma ligação entre si, não eram temas separados. Mesmo que houvesse um tema ou sequencia diferente, havia uma fluidez entre eles, como se fosse uma grande aula de muitas e muitas horas. E que aula!!! Assim como foi em 2009, e assim como o que observo nela, o grande segredo está no estudo. Desta vez, nos apresentou uma nova técnica de condicionamento, e novas indicações de outros caminhos para se adquirir consciência corporal. Às vezes, pessoas LEIGAS perguntam o que é que tem a Ariellah. Já ouvi que ela nem dança tanto assim, fora todos os comentários sobre seu exotismo acentuado. Eu mesma, não apreciava muito sua dança até conhecê-la de perto e participar de um workshop seu. O que é que a Ariellah tem? Além de uma energia boa, de ser dessas pessoas que é agradável estar perto? Ela estuda, evolui, é consciente. Foi por essa evolução que eu senti necessidade de estar em uma sala de aula com ela de novo. Sua dança hoje é outra, não é a mesma da época em que fiz seus workshops. É humilde. Ela chegou a dizer: "Minha dança ERA assim, agora é assado", e sinto falta disso por aqui. Não vejo grandes profissionais abaixarem a bola e dizerem: "Olha, gente, eu fazia assim, mas desse jeito é melhor, vamos lá que vou ensinar!", isso é raro e acho bonito nela. O que eu aprecio eu aproveito e tento assimilar na minha postura. E mostrar pras minhas alunas... "Olha, isso funciona melhor do que do jeito antigo!". O que mais? É intensa, profunda, e se vira nos 30 pra passar um pouco dessa profundidade pra gente. Coisas que na teoria não podem ser ensinadas, ela ensina. E talvez por isso eu faça tanta questão de estudar a Ariellah.
Em suma: espero guardar TUDO. Sei que não será possível. Mas cada combo, por mais que parecessee simples, era carregado de variações, intenção, sentimento, e idéias que ela deixa fluir e divide com todas nós.
Nos intervalos, passeei um pouco pelos stands. Adquiri algumas coisinhas no Tara Atelier Tribal, e vi muita coisa criativa! Tinha acessórios para todos os bolsos, e de tudo! De uma bijouteria ou item que faltou de última hora, a um traje de luxo ou uma espada, se encontrava lá! E era a oportunidade para conhecer e conversar com bailarinas, sejam profissionais ou estudantes, do Brasil inteiro. Foi gostoso assistir a essa troca. Já estive em eventos onde a concorrência deixava um clima ruim. Neste, as coisas se complementavam. Eu mesma, tenho formação em moda, já fui proprietária de atelier, confecciono minhas próprias roupas, faço alguma coisa para venda... E tava lá, comprando, porque admiro e sei que vale a pena!
Voltando ao sábado... Tivemos os shows: Open Stage, Abertura e Show de Gala. A única coisa chata de dançar é que não dá para assistir a tudo. O lado bom é participar dos bastidores, o que é um show à parte! Dividir o espelho com as Cias. Lunay e Shaman, e ao lado das fofas Potyra e Izabelle, foi uma delícia! Ri muito antes de entrar em cena, e estava na ótima companhia das meninas da escola Campo das Tribos Amanda, Mariana Maia, Dany Anjos e Valdi. Como já disse pra Rebeca: as meninas dela são muito especiais!!!
Sobre estar no palco da primeira edição do Gothla no Brasil, foi para mim uma sensação de missão cumprida. Gostaria de aqui abrir parênteses para um aspecto negativo, que não gostaria de deixar para o final da postagem ( porque quando se finaliza um artigo com algo ruim parece que a conclusão é toda negativa, então que ótimo que encontrei essa brecha!)_ e isso não é somente referente ao Gothla, mas em relação ao Gothic Bellydance e TODOS os grandes festivais de dança. Eu fui a única representante do Gothic Bellydance paulistano no palco. E, mesmo assim, estava no Open Stage, não no show de gala. Meses antes do GOTHLA, me perguntaram por que eu ia. Que era absurdo eu pagar pelos workshops, etc... Porque eu era da Old School... Mas... Se eu não fizesse isso, QUEM representaria a tal da Old School? E aí, então, vamos lá, cavar mais... QUEM dessas pessoas que me questionaram estava estudando para estar no show de gala? Eu me entristeço por termos uma cena que não é valorizada e reconhecida. Mas me entristeço ainda mais por não haver esforço por isso. As bailarinas que começaram na cena alternativa e foram estudar de verdade acabaram desistindo do alternativo. Toda vez que vejo, ouço ou leio alguém supervalorizando o Dark Fusion americano como uma super invenção, eu faço questão de intervir, de mostrar que existe uma história toda por trás, muito mais antiga, e que merece reconhecimento. Mas, para se conquistar espaço e respeito, não basta encostar em alguma balada e praguejar contra todas as tribais que apareceram! Que tal seguir o exemplo da tia aqui e ir estudar com elas? Lembrar que a dança evolui? Entender, de uma vez por todas, que, para se alterar uma técnica ou se criar um novo estilo, é necessário dominar o original? E, antes de falar de amor à Arte, lembrar que Arte não se limita a criatividade. Arte exige dedicação, técnica, estudo. Exige MEIOS para expressar essa criatividade. Enquanto as performers góticas não forem estudar, vamos continuar no amadorismo mesmo. Fato. E o caminho contrário continuará sendo o único meio de termos trabalhos Darks em um palco de um evento de porte: a bailarina profissional usando o tema gótico, e não a gótica usando a técnica para se expressar.
Vamos lá, tem Campo das Tribos em 2013 e mais Gothla já confirmado!!!! Quero vocês estudando, suas góticas!!!!!!!!!
Ainda pegando o gancho do desabafão, a parte "bailarina usando o tema" me preocupa... porque costumam surgir trabalhos caricatos, exagerados, que pegam a estética sem a essência... Maaaas... A qualidade do que foi apresentado no Open Stage do Gothla me surpreendeu!!! Como falei acima, não consegui assistir a tudo! Mas o que vi foi encantador! Nada exagerado, falso... Cada uma fez sua leitura do que é gótico, ou do que é a morte, ou simplesmente dançou seu sentimento. E o Open Stage foi um show de variedades rico, único, e muitas podiam estar na gala sim!
Preciso tomar cuidado ao citar alguém aqui, pois não assisti a todas... E deixar faltar alguém é mal educado... A maioria eu assisti somente de relance ou a pequenos trechos. E não me lembro dos nomes de todas... Mas não posso deixar de destacar a detalhes que remetem ao que posso chamar de "Universo Gothla"... Da Escola Campo das Tribos, Valdi Lima lembrava um anjo em figurino e delicadeza, Mariana Maia me parecia algum ancestral indígena, em sua interpretação sempre forte, Amanda Preisig nos trouxe ao lado fantástico do gótico com a Sally de Tim Burton, e Dany Anjos entrou diva, de negro, mas em uma dança cheia de sensualidade e simpatia, mostrando que somos multifacetadas, misteriosas, muito além dos estereótipos! Me foram também marcantes Amanda Lima, que fez uma boneca mascarada... Adoro essa temática de boneca. Houve uma bailarina a qual não me recordo o nome, e a quem, infelizmente, não assisti, mas que me impressionou pela sua transformação... Com chifres muito bem arranjados com os cabelos, lentes, parecia um ser místico, híbrida de um fauno, parabéns pelo figurino! Só assisti a um pedacinho, mas me encantei pelo bom humor, criatividade e simpatia, e espero construir uma amizade longa, com Lena Fairuze, de pirata, com o papagaio Pompeu! Bom, mais uma vez me desculpo por não falar de todas, pois, realmente, estava correndo nos bastidores... Não é falta de educação e muito menos desdém com a apresentação de ninguém. E este parágrafo foi para ilustrar um pouco do que foi o universo do show... Não para dar uma de crítica de arte, rs...
O show de abertura perdi completamente. Estava me trocando...
O show de gala também me surpreendeu. Também foi cuidadosamente colocado dentro do contexto do Gothla: teatral, fantástico, porém sem estereótipos ou exageros. Aberto pelas meninas do Asmahan, a meu entender como senhoras do tempo, me lembrando deusas, uma com um cetro, outra com uma ampulheta, e outra com um relógio, nos transportou realmente como se estivéssemos em uma máquina do tempo. Entre as apresentações, nosso mestre de cerimônias_ ninguém menos que Jigsaw!!!!_ atormentava uma menina, e bailarinas que são grandes referências no Tribal no brasil deram suas interpretações desta máquina do tempo, além das apresentações das internacionais: Morgana, Ariellah e Iman.
Não me lembro a ordem, não vou me lembrar de todas... Vou tentar me prender ao contexto e, mais uma vez, me perdoem se eu falhar... Como podem ver, o artigo chegou atrasado!
Aline Oliveira estava poderosa, entrou em cena dominadora, quase andrógina... e em seguida explodia em feminilidade com seus quadris fortes e marcados. Cibelle Souza e Paula Braz como sempre são um show à parte em expressão e interpretação, uma verdadeira aula em cima do palco ( e figurino da Cia. Shaman muito fofo!!!!!!!!!). Bety Damballah interpretou uma espécie de demônio; nota 10 para criatividade na música, ri muito com o efeito, rs... Divertida, irreverente...
Fiquei particularmente encantada com a apresentação de Rebeca Piñeiro. Conheci a Rebeca em 2009, com cara de menina, delicada, jeito de novinha.... E me deparo com uma figura difícil de se descrever no palco. Confesso que a Rebeca mulher, super loira, super decidida, me foi muito impactante. E o que eu vi foi uma dança e uma interpretação únicas. Um show repleto de sensualidade, porém sem o mínimo traço de vulgaridade. Chique e madura.
Outras danças que me encantaram demais foram as de Kilma Farias e da Cia. Lunay. Eu confesso: chorei de novo. Karina Leiro fez sua leitura do "Dark" trazendo um "Flamenco Dark" criativo, bem pessoal, impactante e forte! Adorei!
Rhada Naschpitz me encantou ao vivo! Eu achava que ela tinha cara de brava, rsrs, mas é uma simpatia! Sua dança tem um ar irreverente, tem um toque bem humorado sem tender para a comédia. É implícito. Você sente a linha tênue entre o "leve", e o "pesado" do Dark. Bem pessoal, estilosa! É uma daquelas bailarinas que tem uma energia que você TEM que assistir ao vivo! E figurino lindo, vinho, adoro!
Jhade Sharif: forte, presente, expressiva... É aquele tipo de bailarina que fica difícil você desprender a atenção!
Grande responsável por entrar coladinha com Morgana, Gabriela Miranda mostrou a que veio com seus movimentos precisos, olhares profundos, graça e momentos que alternam entre o impacto e a extrema suavidade. Gabi é uma pessoa que admiro pela evolução. Ficar um tempinho sem assisti-la e de repente vê-la em cena de novo sempre é uma boa surpresa! A cada ano, vem desenvolvendo estilo próprio e o que nós, público, ganhamos de presente é uma dança cheia de personalidade!
Dentre as internacionais, Morgana impressionou o público com sua agilidade e presença em cena. Foi muito aplaudida e comentada. Eu sou suspeita pra falar, gosto mesmo da Ariellah, apesar destas não terem sido as danças dela que mais gostei. Achei ela com um ar cansadinho... Mas, tecnicamente, foi a que mais aproveitei se eu for pensar pelo lado "assistir como estudo", gosto de sua leitura musical. Iman Najla abusa de movimentos simples: meios simples para transmitir idéias, curto esse caminho também! E uma surpresa: uma apresentação toda especial de Rhada, Jhade e Ariellah juntas!!!!!!!
Bom, sobre o domingo já acabei falando dos workshops... E fiquei com vontade de mais GOTHLA! Meu domingo foi marcado por uma deprezinha, porque eu não sabia se eu queria voltar correndo de tanta saudade da filhota e do namorado ou se eu queria workshop e as boas companhias pra sempre todo dia!!! Parabéns, Jhade Sharif e Rhada Naschpitz, por trazer este evento ao Brasil! Muito obrigada! Talvez vocês não saibam o quanto é importante para mim ter o GOTHLA aqui. Estou há mais de uma década na luta por fazer algo de real qualidade pelo que, na época, chamávamos de Dança do Ventre Gótica, e graças a pessoas de mais força no cenário da dança é que é possível estudar, fazer workshops e, agora, fazer parte do circuito internacional. Imensa gratidão à equipe por todo o suporte!!!
E até 2013!!!!